Quando falamos WEB, estamos falando TEIA em português, correto?! Então toda vez que vez que falamos WWW — Word Wide Web — estamos querendo nos referir a Larga Teia Mundial no nosso idioma. Fica menos “bonito” e parece menos “geek”, mas na verdade estamos falando da mesma coisa: internet. Para entender o título do post precisamos voltar um pouco no tempo e entender o que é esse número que tem se colocado depois da palavra WEB.
Longe de mim querer falar de história ou ficar transcrevendo wikipedia, porém é preciso compreendermos como as coisas funcionam no mundo da tecnologia para entendermos essa numeração. Produzir tecnologia é caro e arriscado e isso não muda quando falamos de software. Quando as redes de computadores surgiram tinha gente dizendo que não ia vingar e tinha gente dizendo que iria revolucionar. O que eu acho legal nisso é que nada que UM alguém diga está certo porque o que define se uma tecnologia vinga ou não são OS alguém’s.
Uma analogia mais simples: telefonia celular. Em meados da década aprimorou-se uma certa tecnologia de triangulação de antenas e foi possível fazer redes transientes para que dispositivos pudessem mudar de antenas e continuar recebendo sinal normalmente. Chegou no mercado um aparelho: um telefone sem cabo que poderia ser levado por longas distâncias e continuaria funcionando. A tecnologia era rudimentar, mas o mercado iria ajudar a financiar os avanços e os problemas seriam solucionados sob demanda. Hoje os telefones se integraram a vida da maioria das pessoas de forma integral, e foram as pessoas que fizeram isso acontecer. É o desejo das pessoas que move o mercado, muito embora as pessoas sejam sugestionáveis por N fatores, ainda assim é sensação de opção delas que faz com que algo seja acatado ou não. Não sou da área de estratégia de marketing, mas isso agora é coisa do senso-comum, então ficou fácil.
Sigamos adiante! Algo parecido com isso aconteceu com a internet. Ela começou interligando mesas, salas, prédios, e continuou conectando cidades, países, continentes, o mundo em si, porque as pessoas quiseram. A tecnologia foi sendo movida pelo desejo das pessoas, e existe certa beleza nisso, devo admitir. É o inconsciente coletivo que arquiteta algumas coisas. Esse mesmo inconsciente faz com que quando a tecnologia alcance certos níveis uma certa visão seja formada sobre determinado eixo apenas porque a sua possibilidade existe.
As ideias não acontecem isoladas, desde sempre o que vemos são ondas de ideias que se propagam e culminam em determinado evento, grupo ou indivíduo. Depois que a rede de computadores os sistemas baseados em redes se difundiram rapidamente. Aplicações acessíveis em qualquer hora e lugar do mundo acessível 24 horas por dia é ainda fascinante.
A primeira leva de sistemas para a internet era muito operacional. Pouca preocupação havia com a aparência. Era um período de experimentações toscas. Navegadores via terminal e nenhuma padronização fez com que vários formatos e tecnologias surgissem, crescessem e seguissem adiante ou morressem. Esse período foi longo e se arrastou por quase uma década. Não havia como evoluir muito porque não havia suporte a evolução. Todos esperavam ansiosos pelos avanços que eram mais lentos porque a base estava sendo construída e fundações são críticas de serem feitas (porém vitais para as grandes construções).
Quando os padrões começaram a se fechar e o limite passou a ser de software e não mais de hardware tivemos o boom da “web 2.0” e as coisas mudaram. Muito provavelmente tivemos um versionamento semântico progressivo ai (semver.org), mas como a cadeia de eventos não foi linear a internet se tornou mais bonita e principalmente mais interativa. Foi o primeiro momento em que ela demonstrou que poderia não apenas interligar, mas aproximar pessoas! Embora tenha sido fantástico, foi uma reviravolta total e muita coisa que era legal deixou de ser. Foi um período de transformação.
A maioria dos estudiosos acredita que ainda estamos no ápice da web 2.0, e alguns especialistas já analisam um movimento mundial para uma web 3.0. Onde a interação gerada pela sua antecessora serve de trampolim para uma visão semântica. E é nesse momento que eu vejo a porca torcer o rabo, porque se ao longo da história pudemos marcar o tempo em eras, nesse instante parece que depois da barreira do espaço que foi quebrada a algum tempo, também a do tempo está sendo desafiada. Se por um lado existe mesmo um notório burburinho sobre “Data Science” também vemos um suave, porém firme movimento em prol da convergência. A “Internet of Things” se projeta e cria perspectivas futuristas sobre o nosso ambiente. Casas automatizadas que até então eram artigos de luxo começam a se tornar trivialidades.
Claro que o caos tecnológico reverbera por outras partes. Aplicações real-time e manipuladores ágeis de dados começam a se tornar parte da maioria da caixa de ferramentas dos desenvolvedores pelo mundo. O que é parte constituinte da web 2.0. Aparentemente, o tempo e a tecnologia vão iniciar um novo desafio entre si e a parte mais legal disso tudo: temos ingressos para os camarotes ; )